
Hoje o céu é de brigadeiro, mas não é possível tocá-lo com a ponta do guarda-chuva.
São tempos difíceis para os sonhadores, como já disse Amélie Poulain, e depois de um dia estranho, em que os fios de esperança quase se perderam por entre os dedos das mãos, três histórias me veem em mente: A primeira é a da mocinha do leite, aquela que estava indo pra cidade vender o leite da sua vaquinha e enquanto caminhava pensava em tudo que ia fazer com o que ia ganhar pelo produto. Por fim, ela estava tão distraída em seus pensamentos, que tropeçou, perdeu o equilíbrio, levou um tombo e derramou todo o leite. Acho que foi daqui que surgiu a expressão “chorar pelo leite derramado”.
A segunda história é a dos castelos de areia, poucas coisas são lindas, singelas e frágeis como um castelo de areia e é assim que eu me sinto, como um castelo de areia que passou os últimos tempos tentando se afastar da onda, mas não conseguiu fugir e acabou destruído por ela.
E por último, as bananas flambadas regadas de lágrimas, não lembro o contexto, mas tinha a ver com lágrimas espontâneas que insistem em aparecer de vez em quando, pra lavar a alma, afastar a tristeza e abrir meus olhos, pra mostrar algo a mais... Algo como céus de brigadeiro!