quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Uma conversa à toa sobre a vida

Então é assim que a vida faz? Já diria o Lulu, com toda sua alegria contagiante e seu sorriso mágico que não sai do rosto.
É assim, diariamente, como respirar... Natural. E só perceber depois das coisas não darem certo que não se levantou com o pé direito.
Assim tem sido: Sol preguiçoso, ventinho frio, chuva, sol escaldante, calor, chuva, sol indo embora, noite caindo, céu estralado, chuva... Um ciclo. E assim foi-se janeiro, com seus longos dias.
Uma passada rápida pelas resoluções de ano novo: Primeira: Para de roer unha, vamos pra próxima; Segunda: Ganhar e guardar dinheiro, podemos voltar pra primeira?
Esquecer os ressentimentos, o que não deu certo, deixar que o que faz realmente mal vá embora. Mas e aquela vontade mais forte, de guardar aquele ressentimentozinho bem lá no fundo, com a certeza de que ele estará lá, só pra você lembrar dele de vez em quando?
E a sensação de chegar sempre tarde? Não conseguir ignorar a chuva quando a vontade é de se deitar na terra e sentir os pingos tocarem o corpo. (Este é um segredo, por favor, não espalhem).
Mais ou menos assim: O filme acaba, sobem os créditos, acendem as luzes do cinema e ela continua lá, sentada, embasbacada, na espera de que mais alguma coisa aconteça e que uma explicação qualquer (de um âmbito coerente) dê o mínimo de sentido ao que foi contado.
Ou a sensação que vem sempre antes do sono: Ela na estação acenando com um lencinho branco para alguém que está partindo no trem. A vida é assim... Sem respostas (rápidas).
Três passos para frente, nem precisa bater na porta. É só respirar fundo... Esforçar-se... Não olhar pra trás...
1, 2, 3... Gravando.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Querido Deus

Hoje não aguentei e chorei...
Eu dormi bem, acordei bem, mas de repente me bateu aquela solidão, aquela sensação de desespero, de estar sobrando no mundo, de ser apenas um peso a mais e por isso chorei... Chorei de apertar olhos, de sentir as lágrimas lavando o rosto, lavando a alma.
Olhei agora para escrivaninha, e bem pertinho do computador tem vários pontinhos das lágrimas secas... Lágrimas são assim, aliviam, mas secam.
E logo eu que prometi não chorar em 2011...
Lembrei-me de quando era criança e fiquei acordada porque queria ver o ano novo, do momento que minha mãe disse: Pronto, é o ano novo e eu fiquei desapontada porque não tinha visto nada. Lembrei também de uma história em quadrinhos do Chico Bento, que ele faz milhões de artimanhas para não dormir na virada, como tomar várias garrafas de café, mas na hora que o ano “chegou” ele também se decepcionou porque o “pessoal fez tanta barulheira que ele acabou não vendo nada”.
Eu me vesti de branco, brindei com champanhe, comi lentinhas, tudo bem, esqueci das uvas (mas não deve ser isso) e não pulei as sete onde porque moro há 400 quilômetros da praia, mas, olhei os fogos, abracei quem eu amo e agradeci por poder estar ali, vendo mais um ano nascer, Agradeci mesmo... Então, o que está dando errado?
Chorar alivia, mas acostuma... Preenche, mas cala!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Lily e Roberto

Ontem, neste mesmo horário deixava este mundo, aos 89 anos de idade Dona Lily Marinho.
Instantaneamente tal notícia me chamou atenção,já que Dona Lily era esposa de Roberto Marinho, jornalista e fundador das Organizações Globo.
Admiro muitas mulheres que fizeram e fazem parte da história de nosso país, dentre eles Rachel de Queiroz, Zélia Gattai, Marina Silva, Zilda Arns e Dona Lily Marinho, que apesar de ser nascida na França, adotou o Brasil como pátria amada.
Mas, na verdade, gosto mesmo de escrever sobre histórias de amor, a minha predileta é, a dos também já saudosos Dorival Caymmi e Stella Maris. Porém, hoje de manhã, enquanto lia as notícias do dia tomei conhecimento da história de Lily e Roberto.
Primeiramente Lily foi casada com um Fazendeiro, teve um filho que faleceu precocemente num acidente automobilístico e, aconselhada pela a ex-primeira dama, Sara Kubitschek (uma mulher também notável) adotou um filho, João Batista, que lhe presenteou mais tarde com quatro netos. Acredito que depois de gerar, o ato de criar um filho como se fosse seu, é um gesto sublime e heróico – Só uma pessoa com uma incrível capacidade de amar é capaz deste gesto.
Enfim, Dona Lily e Doutor Roberto se conheceram na década de 40. Ele se apaixonou à primeira vista, mas conteve seu amor pelo fato dela se casada e manteve-se assim por um longo tempo, já que o primeiro casamento de Dona Lily durou 46 anos.
Apaixonados, Roberto e Lily casaram-se em 1991, 50 anos mais tarde, ela com 70 anos de idade e ele com 86. Na ocasião do reencontro dos dois, o jornalista dizia se lembrar de como ela estava vestida quando se encontraram pela primeira vez. Uma história de muito amor, cumplicidade e respeito que durou até a morte dele, em 2004.
Os dois foram figuras marcantes do amor maduro e duradouro, do famoso e inúmeras vezes citado “Amor paciente e benigno”.
Uma história que chamou a atenção, e que é transmitida por uma pessoa comum, que acredita e deseja que mais histórias como essa aconteçam e perdurem pela eternidade.